segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Publicidade infantil

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Audiovisual para crianças


Quem tem criança em casa sabe o quanto os pequeninos sentem-se "fisgados" diante de um bom filme (normalmente de animação) na telinha. Mas será que estamos preocupados com o que as nossas crianças veem, ou simplesmente aproveitamos a distração da molecada para relaxarmos e fechamos os olhos para o conteúdo? Encontrei essa matéria super bacana na coluna Mirante do colunista Nílbio Thé - Jornal O Povo, que levanta um questionamento bacana a respeito. Segue a matéria na íntegra: 

Virei pai! E esse fato me motivou ainda mais a escrever sobre um assunto que já paquerava e que, mais dia menos dia, apareceria aqui nesta singela coluna. O audiovisual infantil. Falo de cinema infantil, vídeo-game, televisão... Estamos bem servidos, sim, de diversas opções. Mas e se eu perguntar: quantas dessas opções são brasileiras? E se eu reduzir ainda mais e questionar quantos desenhos animados cearenses os seus filhos assistem? Não dá nem pra imaginar direito! Há alguns anos, neste mesmo jornal, dei entrevista sobre como andava o teatro infantil na cidade. Disse que ia muito bem, pois apesar de ser do conhecimento de todos que, infelizmente, o cearense (adulto) genericamente não é muito chegado a teatro, ele leva os filhos para peças infantis. Aquela coisa, de não comer comida saudável, mas exigir que o pimpolho coma o espinafre, faça o que digo, não o que faço...

É um pouco também a síndrome do turista: você não conhece nenhum museu em sua própria cidade, mas quando viaja se vê na obrigação de fazer o que você mesmo não faz, e se mete em todos os museus, como se fosse uma obrigação. Então você pensa: Teatro? Nunca fui, vou dar chance para meu filho! É uma obrigação! E vai ver os Três Porquinhos com eles.

Façamos uma analogia com o cinema: quantos filmes cearenses você viu neste ano? Não vale levantar a mão quem trabalha na área ou visitou, ainda que de soslaio, o último Cine Ceará. Poucos? Agora, você gostaria que o seu filho ou filha tivesse acesso a esses filmes mais do que você, certo? Difícil dizer, pois somos um povo não acostumado a se ver na tela, seja ela grande ou pequena. Não quero sequer entrar no mérito da qualidade dos trabalhos, apenas da quantidade, que é pouca, melhor, é mal divulgada e distribuída.

Quando nos deparamos com uma avenida ou praça conhecida em um filme de ficção achamos engraçado, estranhamos. E justamente porque não estamos acostumados. Uma criança, no entanto, vê isso com naturalidade. Mas aos poucos ela vai perceber que os desenhos são de todo lugar do mundo, na verdade muitos de um lugar só, os EUA, mas poucos são os do seu país, menos ainda do estado. Ela não se enxerga 100% ali. Então desenho animado é legal, mas isso é coisa do estrangeiro. E ela, talvez, já vá riscando da sua lista uma possível futura profissão que poderia ter.

Lembro de um texto que falava sobre a indústria cultural e o “sentimento nacional” (não quero chegar a tanto!) e que afirmava que se o He-man do desenho – lembram? - fosse um nordestino valente ou um gaúcho forte não ia fazer muita diferença, o desenho continuaria ruim. Discordo. Primeiro porque eu gosto do He-man, e segundo porque um pouco de diversidade não faz mal a ninguém e a garotada gosta! Coluna que vem entrevisto um realizador que aposta muito nas crianças, o público mais exigente e mais legal que alguém pode ter! Até lá!

Link da matéria: http://opovo.uol.com.br/app/colunas/mirante/2010/08/03/int_teatro,2026350/audiovisual-para-criancas.shtml